segunda-feira, 29 de março de 2010

Teresa, menina

Não lembro se foi em 2002 ou 2003. Lembro apenas de que recebi das mãos do pe Tiago uma novena de Santa Teresinha do Menino Jesus. Na hora não me interessei em saber a história daquela santa que carregava um ramo de flores nas mãos, pois não consegui realizar a novena.
No Acampamento PHN de 2004 comprei uma baby look com a estampa de Santa Teresinha. Não que eu fosse apaixonada por Ela, mas a frase da blusinha era linda. Não lembro direito o que estava escrito. Acho que era algo como: “Nunca é pouca a confiança no bom Deus”. E mesmo andando com Santa Teresinha para cima e para baixo não fui saber quem era a Santa das florzinhas.
Como todo mundo sabe, minha vida afetiva é como o Corinthians na Taça Libertadores. Uma vez ou outra se vai para a tão sonhada competição, mas o título fica sempre longe. Espero que minha vida afetiva seja curada, mas o título do Corinthians pode demorar mais um pouquinho (risos). Em 2005 tive o sonho mais louco da minha vida (e olha que eu sonho muito). Sonhei que casava com o zagueiro Lugano, à época jogava no São Paulo, na Igreja de Santa Tetê. O sonho foi tão real. Via a imagem de Santa Teresinha dentro da Igreja, fora dela em uma praça e muitas rosas. Tudo muito bonito, afinal era sonho.
Depois disto, fui procurar saber quem era a Santa que invadiu os meus sonhos. Aos poucos ela foi entrando na minha vida e revelando Jesus de forma muito simples e meiguinha. Vi um Deus lindo que se deixa encontrar nas pequenas coisas.
Em 2007, fiz a idade que Santa Teresinha morreu, 24 anos. Fiquei com receio de “bater a melissa” (risos), pois foi um dos aniversários mais felizes. A esperança de que tudo daria certo invadia minha alma...
Santa Teresinha é popular. Acho que sua simplicidade, a forma como aceitou Deus, suas fragilidades... tudo encanta. Quis conhecer ainda mais a pequena francesinha. Li dois livros sobre ela e aos poucos fui percebendo através dela um desejo ardente pelo céu.
Ano passado sonhei que uma amiga invisível (não vi o rosto dela) casava na Igreja de Santa Teresinha. De novo o matrimônio. Antes de desistir de encontrar “um amore da vero”, desejei casar na Nossa Senhora da Esperança, afinal a “Esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado pelo Espírito Santo que nos foi dado” (RM 5,5). Mas e a Igreja de Santa Teresinha? Ora, era só levar uma imagem e colocar no altar, mas... Que coincidência! No mês de agosto, na feira vocacional da Diocese de Santo Amaro, entrei na Paróquia Nossa Senhora da Esperança e para minha admiração, lá há a mais bela imagem de Santa Teresinha que meus olhos já viram. E olha que Santa Teresinha é a padroeira das vocações.
Com muito sacrifício fiz a novena de Santa Teresinha. Foram nove dias de muita luta e muitas lágrimas. Venci e recebi flores. A graça pedida não aconteceu como queria. Porém tive a certeza de que há alguém rezando por mim no céu e que devo rezar pelas vocações matrimoniais.
Estou lendo História de uma alma, autobiografia de Santa Teresinha. Percebo agora o porque de temos os santos. Eles são exemplos a serem seguidos. Foram humanos, cheios de limitações, angústias, passaram pelo deserto da falta de fé...
Santa Teresinha tinha a personalidade forte, mas era frágil. Chorava por qualquer coisa e se encantava com as coisas simples. Olho para o espelho e vejo alguém assim...
Há trechos de História de uma alma que parece terem sido escrito por mim. É engraçado. Ela queria ser padre, mártir, morrer em defesa da Igreja... Ela queria tudo (risos). Sou assim. Meu sonho é escrever uma encíclica (risos).
Olha o que Santa Tetê escreveu: “Depois de verter lágrimas coléricas, derramei lágrimas de sincero arrependimento, com o firme propósito de não tornar a fazê-lo”. Tenho tentado viver isso e espero conseguir sempre. Por enquanto, vivo o que Santa Teresinha também escreveu: “Tornava-me realmente insuportável por causa de minha extrema sensibilidade”. A minha carência tem me feito uma pessoa chata. Quanta semelhança. Só faltou a vocação para o Carmelo (risos).
Quando Santa Teresinha quis entrar no Carmelo ao 15 anos e não queriam deixar, ela proferiu: “No fundo do coração, sentia eu grande paz, pois tinha feito, absolutamente, tudo o que estava ao meu alcance, em resposta ao que Bom Deus solicitava de mim. Contudo, a paz conservava-se no fundo, enquanto a amargura enchia minha alma, pois Jesus se mantinha calado. Parecia estar ausente, nada revelava sua presença”.. Ao ler isso fiquei emocionada. Às vezes acho que Jesus não responde aos meus gritos de socorro. Tenho tudo, pois tenho a Cristo, mas conservo uma amargura sem fim na alma.
A cura definitiva da minha afetividade vai acontecer e escreverei em meu diário espiritual as mesmas palavras de Santa Teresinha: “Na verdade, eu ficava realmente triste com qualquer coisa! Era ao contrário de agora, pois o Bom Deus concedeu-me a graça de me não abater com nenhuma coisa passageira. Quando me lembro do passado, minha alma transborda de gratidão, vendo os favores que recebi do Céu. Em mim se operou tal mudança, que já não sou reconhecível... Desejava realmente ‘de ter absoluto domínio' sobre meus atos, de senhora e não escrava deles”.
Santa Teresinha era devota de Santa Cecília. Há três anos e cinco meses trabalho ao lado da Paróquia de Santa Cecília, local em que vou quase diariamente encontrar Jesus. Só mais uma coincidência (risos).
Espero chegar ao céu e conversar com Santa Tetê. Tenho certeza de que vamos dá boas risadas de nosso temperamento aqui na terra. Vou agradecer pelas orações e depois vamos encher a paciência de outros no céu (risos). Né, não? Papa João Paulo II?
Como é bom saber que Deus me fez humana para amá-lo. Quero até o fim reconhecer-me pequena para saber que é possível tudo recomeçar. Deus nos ama e nos quer bem, assim, do jeito que somos, pequenos.
Para encerrar (risos) deixo mais um trecho que parece ter sido escrito por mim: “No ato de escrever, dirijo-me a Jesus. Assim me fica mais fácil exprimir meus pensamentos... O que, lamentavelmente, não impede que saiam muito mal redigidos”. Vocês já perceberam isso no blog, né? Às vezes minha oração é feita de caneta e papel na mão. Falo pra Jesus: “A oração vai ser escrita hoje” (risos)
Santa Teresinha, Rogai por nós!
Janine Mendes

segunda-feira, 15 de março de 2010

A dor da saudade.

Saudade... uma palavra tão bonita, mas um sentimento tão ruim... acho que o unico que não tem explicação...é uma mistura de dor, amor, angustia e mais um monte de coisas que não consigo explicar...
Pego-me transbordando de saudades. Mas como já dizia o Diácono Nelsinho Correia: "Só se tem saudade do que é bom." E isso é a mais absoluta verdade, eu não imaginava que nessa época do ano no Shalom passamos pela a experiência do desapego. Você se despojar de um objeto no amigo-secreto-despojamento é fácil, mas se despojar de pessoas que roubaram o seu coração é extremamente difícil.
Eu fico feliz em -los fazendo a vontade de Deus, por seguir numa missão tão linda, porém a saudade nessa hora fala mais alto. Você ver aquelas pessoas que em tão pouco tempo já são mais que especiais na sua vida irem embora, é pior do que abrirem um buraco no meio da terra e você cair (sim, sou dramática). Pessoas que não tiveram pressa pra passar pela sua vida, que te olharam nos olhos e conseguirão chegar no coração. Pessoas simples, mas de uma sabedoria imensa, que quando falam de Deus faz com que você volte no tempo de Jesus e vive tudo aquilo que ele viveu. Pessoas que com um simples sorriso quebram o gelo de qualquer coração.
Mas sempre existe um lado bom dessa dor da saudade... que são as lembranças que ficam... e que fazem a gente olhar pra traz e falar: Valeu a pena a entrega de cada um de vocês... valeu a pena ama-los... Com o tempo a saudade para de doer... e as lágrimas param de rolar...
"A Saudade é um lugar, que só chega quem amou..." Pe. Fábio de Melo.

Michelle Neves.